Informe Epidemiológico nº 12
Semana Epidemiológica (SE) 05/2016 (31/01 a 06/02/2016)
MONITORAMENTO DOS CASOS DE MICROCEFALIA NO BRASIL
Neste documento constam as
informações epidemiológicas referentes à microcefalia e/ou alterações do SNC,
previstas nas definições vigentes no “Protocolo de Vigilância e
Resposta à Ocorrência de Microcefalia – Versão 1.3/2016”, disponível
no site www.saude.gov.br/svs. O
objetivo geral desta vigilância é descrever o padrão epidemiológico de
ocorrência de microcefalias relacionadas às infecções congênitas no território
nacional.
I - Vigilância de microcefalias e/ou
alterações do snc
1.
Informações gerais
Até 06 de fevereiro de 2016 (SE 05), permanece
em investigação 75,8% (3.852/5.079) dos casos notificados segundo definições
(recém-nascido, natimorto, abortamento ou feto) (Tabela 1). Considerando o ano
de notificação, 62,5% (3.174/5.079) foram registrados em 2015 e 37,5% (1.905/5.079)
no ano de 2016, até o momento, sendo observada uma redução no números de casos novos
notificados em relação à semana anterior.
Segundo a classificação final, já
foram investigados e classificados 24,2% (1.227/5.079) do total de casos.
Destes, 15,1% (765/5.079) foram descartados para microcefalia e/ou alteração do
SNC sugestiva de infecção congênita. Os demais 9,1% (462/5.079) foram
confirmados segundo definições do protocolo (Tabela 2).
Tabela 1 – Distribuição
acumulada[1]
dos casos notificados de microcefalia e/ou alterações do SNC, segundo
definições do Protocolo de Vigilância. Brasil, até a SE 05/2016.
Nº
|
REGIÕES E UNIDADES FEDERADAS
|
Total acumulado1 de casos
notificados de 2015 a 2016
|
|||
(A) permanecem em investigação
|
(Soma de A+B+C)
|
||||
|
Brasil
|
3.852
|
462
|
765
|
5.079
|
1
|
Alagoas
|
103
|
21
|
67
|
191
|
2
|
Bahia
|
546
|
101
|
54
|
701
|
3
|
Ceará
|
254
|
11
|
10
|
275
|
4
|
Maranhão
|
150
|
0
|
16
|
166
|
5
|
Paraíba
|
427
|
54
|
275
|
756
|
6
|
Pernambuco
|
1196
|
167
|
138
|
1501
|
7
|
Piauí
|
70
|
29
|
12
|
111
|
8
|
Rio
Grande do Norte
|
201
|
70
|
16
|
287
|
9
|
Sergipe
|
173
|
0
|
7
|
180
|
|
REGIÃO
NORDESTE
|
3120
|
453
|
595
|
4168
|
10
|
Espírito
Santo
|
54
|
3
|
3
|
60
|
11
|
Minas
Gerais
|
21
|
0
|
39
|
60
|
12
|
Rio
de Janeiro
|
214
|
2
|
4
|
220
|
13
|
São
Paulo
|
111
|
0
|
29
|
140
|
|
REGIÃO
SUDESTE
|
400
|
5
|
75
|
480
|
14
|
Acre
|
22
|
0
|
0
|
22
|
15
|
Amapá
|
Sem
registros
|
Sem
registros
|
Sem
registros
|
Sem
registros
|
16
|
Amazonas
|
Sem
registros
|
Sem
registros
|
Sem
registros
|
Sem
registros
|
17
|
Pará
|
10
|
1
|
0
|
11
|
18
|
Rondônia
|
1
|
0
|
0
|
1
|
19
|
Roraima
|
7
|
0
|
0
|
7
|
20
|
Tocantins
|
86
|
0
|
17
|
103
|
|
REGIÃO
NORTE
|
126
|
1
|
17
|
144
|
21
|
Distrito
Federal
|
6
|
0
|
17
|
23
|
22
|
Goiás
|
73
|
1
|
0
|
74
|
23
|
Mato
Grosso
|
121
|
0
|
46
|
167
|
24
|
Mato
Grosso do Sul
|
5
|
1
|
5
|
11
|
|
REGIÃO
CENTRO-OESTE
|
205
|
2
|
68
|
275
|
25
|
Paraná
|
1
|
0
|
9
|
10
|
26
|
Santa
Catarina
|
0
|
0
|
1
|
1
|
27
|
Rio
Grande do Sul
|
0
|
1
|
0
|
1
|
|
REGIÃO
SUL
|
1
|
1
|
10
|
12
|
Fonte: Secretarias de
Saúde dos Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 06/02/2016)
2.
Informações dos casos confirmados
Segundo a classificação dos 462
casos confirmados, 91,1% (421/462) foram encerrados exclusivamente por critério
clínico-radiológico[2]
e 8,9% (41/462) foram confirmados para o vírus Zika por critério
clínico-laboratorial[3],
de acordo com os critérios para confirmação previstos na versão 1.3 do “Protocolo de
Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia”, disponível no endereço www.saude.gov.br/svs. (Tabela 2). Os casos
confirmados por critério laboratorial estão discriminados na Tabela 3.
Tabela
2 – Distribuição acumulada dos casos investigados e
confirmados[4]
de microcefalia e/ou alteração do SNC, sugestivas de infecção congênita, segundo
definições do Protocolo de Vigilância. Brasil, até a SE 05/2016.
Nº
|
BRASIL
E UNIDADES FEDERADAS
|
CASOS
CONFIRMADOS DE MICROCEFALIA E/OU ALTERAÇÃO DO SNC, SUGESTIVAS DE INFECÇÃO
CONGÊNITA
|
|
Brasil
|
462
|
1
|
Alagoas
|
21
|
2
|
Bahia
|
101
|
3
|
Ceará
|
11
|
4
|
Espírito
Santo
|
3
|
5
|
Goiás
|
1
|
6
|
Mato
Grosso do Sul
|
1
|
7
|
Pará
|
1
|
8
|
Paraíba
|
54
|
9
|
Pernambuco
|
167
|
10
|
Piauí
|
29
|
11
|
Rio
Grande do Norte
|
70
|
12
|
Rio
de Janeiro
|
2
|
13
|
Rio
Grande do Sul
|
1
|
Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito
Federal (dados atualizados até 06/02/2016).
|
Em relação
à semana epidemiológica anterior (SE 04/2016), foram confirmados 24 casos novos
com identificação do vírus Zika em testes laboratoriais, totalizando 41 casos
com confirmação clínico-laboratorial. A maior parte dos casos foi confirmada pelo
método sorológico realizado no Instituto Evandro Chagas no Pará (IEC/SVS/MS)
(Tabela 3).
Tabela
3 – Distribuição acumulada dos casos investigados e
confirmados de microcefalia e/ou alteração do SNC com identificação do vírus
Zika em testes laboratoriais, segundo definições do Protocolo de Vigilância.
Brasil, até a SE 05/2016.
Nº
|
BRASIL
E UNIDADES FEDERADAS
|
CASOS
CONFIRMADOS DE MICROCEFALIA E/OU ALTERAÇÃO DO SNC, COM IDENTIFICAÇÃO DO VÍRUS
ZIKA EM TESTES LABORATORIAIS (PCR ou SOROLOGIA)
|
|
Brasil
|
41
|
1
|
Ceará
|
1
|
2
|
Pará
|
1
|
3
|
Paraíba
|
2
|
4
|
Pernambuco
|
33
|
5
|
Rio
Grande do Norte
|
4
|
Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito
Federal (dados atualizados até 06/02/2016).
|
Segundo a distribuição
geográfica de residência da mãe, todos os 462 casos investigados e
classificados como confirmados ocorreram em 175 municípios diferentes,
localizados em 13 (treze) Unidades Federadas. Destes, 94,9% (166/175) dos
municípios são da região na região Nordeste (Tabela 4 e Figura 1).
Tabela 4 – Distribuição dos municípios com casos confirmados
de microcefalia e/ou alteração do SNC sugestiva de infecção congênita, segundo
protocolo de vigilância, por Unidade da Federada, até a SE 05/2016.
Nº
|
Unidade Federada
|
Total de municípios com casos
confirmados
|
|
n
|
%
|
||
Brasil
|
175
|
100,0
|
|
1
|
Alagoas
|
10
|
5,7
|
2
|
Bahia
|
24
|
13,7
|
3
|
Ceará
|
7
|
4,0
|
4
|
Espírito
Santo
|
3
|
1,7
|
5
|
Goiás
|
1
|
0,6
|
6
|
Mato
Grosso do Sul
|
1
|
0,6
|
7
|
Pará
|
1
|
0,6
|
8
|
Paraíba
|
26
|
14,9
|
9
|
Pernambuco
|
58
|
33,1
|
10
|
Piauí
|
7
|
4,0
|
11
|
Rio
Grande do Norte
|
34
|
19,4
|
12
|
Rio
de Janeiro
|
2
|
1,1
|
13
|
Rio
Grande do Sul
|
1
|
0,6
|
Fonte: Secretarias de Saúde dos
Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 06/02/2016).
Figura 1 – Distribuição espacial dos 175
municípios com casos confirmados de microcefalia e/ou alteração do SNC, Brasil,
até a SE 05/2016.
Fonte: Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais de
Saúde (atualizado em 06/02/2016). Dados sujeitos à alteração.
3.
Informações sobre os casos que evoluíram para óbito
Do total
de casos notificados, 1,8% (91/5.079) evoluíram para óbito após o parto ou
durante a gestação (abortamento ou natimorto). Segundo a classificação, 64,8%
(59/91) permanecem em investigação, 8,8% (8/91) foram investigados e
descartados segundo a definição de caso e 26,4% (24/91) foram investigados e
confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC (Tabela 5).
Tabela 5 - Distribuição acumulada de casos notificados de microcefalia e/ou
alteração do SNC com evolução para óbito, por Unidade Federada. Brasil, até a
SE 05/2016.
Nº
|
Unidade Federada
|
Classificação dos casos notificados
com microcefalia e/ou alteração do SNC que evoluíram para óbito após o parto
ou durante a gestação
|
Total de óbitos notificados de 2015 a
2016
|
||
Em investigação
|
Confirmado
|
Descartado
|
|||
|
BRASIL
|
59
|
24
|
8
|
91
|
1
|
Alagoas
|
1
|
2
|
0
|
3
|
2
|
Bahia
|
11
|
0
|
0
|
11
|
3
|
Ceará
|
2
|
8
|
0
|
10
|
4
|
Goiás
|
0
|
0
|
1
|
1
|
5
|
Rio
Grande do Norte
|
4
|
10
|
0
|
14
|
6
|
Pernambuco
|
13
|
0
|
0
|
13
|
7
|
Paraíba
|
10
|
3
|
1
|
14
|
8
|
Piauí
|
5
|
1
|
0
|
6
|
9
|
Minas
Gerais
|
0
|
0
|
2
|
2
|
10
|
Mato
Grosso
|
3
|
0
|
0
|
3
|
11
|
Paraná
|
0
|
0
|
2
|
2
|
12
|
Maranhão
|
1
|
0
|
0
|
1
|
13
|
Sergipe
|
7
|
0
|
0
|
7
|
14
|
São
Paulo
|
2
|
0
|
2
|
4
|
Fonte: Secretarias de Saúde dos
Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 06/02/2016).
II - Vigilância de vírus Zika no
Brasil
Até a SE 05/2016, foi confirmada a
circulação autóctone do vírus Zika em 22 Unidades da Federação, por meio de confirmação
laboratorial (Figura 2).
Figura 2 – Unidades da Federação com confirmação
laboratorial do vírus Zika. Brasil, 2015/2016.
Fonte:
Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue
(CGPNCD/DEVIT/SVS). Dados atualizados na semana epidemiológica 05/2016 (até 06/02/2016).
O Ministério da Saúde informa que,
por meio de investigação retrospectiva de casos que evoluíram para óbito em
abril de 2015, foi identificado mais um caso com identificação do vírus Zika.
Os casos 1 e 2 estão descritos no Informe Epidemiológico nº 02 – SE 47/2015
disponível no endereço www.saude.gov.br/svs.
Caso
3 – Adulto feminino sem registro de alteração neurológica
Feminino, 20 anos, residente no município
de Serrinha, no Rio Grande do Norte, sem histórico de doenças crônicas
anteriores. Internada em 11/04/2015 apresentando manifestações clínicas como
tosse seca e sangramento. Foi transferida para hospital da capital e apresentou
piora do quadro, evoluindo para óbito em 23/04/2015. Em investigação retrospectiva,
foi identificado o vírus Zika em testes laboratoriais realizados pelo Instituto
Evandro Chagas (IEC/SVS/MS). Este caso foi atualizado junto à Organização
Mundial da Saúde (OMS), segundo Regulamento Sanitário Internacional.
III - Vigilância internacional do
vírus Zika
Até
SE 05/2016, confirmou-se a
transmissão autóctone do vírus Zika em 25 países/territórios nas Américas, como apresentado na Figura 3.
Figura 3 - Países e territórios com transmissão autóctone do
vírus Zika nas Américas, até a SE 05/2016.
Fonte: Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde. Dados atualizados na semana epidemiológica
05/2016 (até 06/02/2016). http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=11585&Itemid=41688&lang=en
[1] Número cumulativo de casos notificados que preenchiam
a definição de caso operacional anterior (33 cm), além das definições adotadas
no Protocolo de Vigilância (a partir de 09/12/2015) que definiu o Perímetro
Cefálico de 32 cm para recém-nascidos com 37 ou mais semanas de gestação e
demais definições do protocolo.
2 SNC –
Sistema Nervoso Central
3
Apresentam alterações típicas: indicativas de infecção congênita, como
calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações
de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método
de imagem ou identificação do vírus Zika em testes laboratoriais.
4
Descartados por apresentar exames normais, por apresentar microcefalia e/ou
malformações congênitas por causas não infecciosas ou por não se enquadrar nas
definições de casos
[2] Apresentam alterações típicas: indicativas de infecção
congênita, como calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos
cerebrais ou alterações de fossa posterior entre outros sinais clínicos
observados por qualquer método de imagem.
[3] Por método RT-PCR ou Sorologia
[4] Os critérios de confirmação estão descritos no
“Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia (Versão
1.3/2016)”, disponível no site www.saude.gov.br/svs. Favor consultar para mais informações.
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